domingo, 31 de março de 2013

Dra. Nilma Lino Gomes nomeada Reitora da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira



O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, nomeou os novos dirigentes da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab), com sede em Redenção (Região Metropolitana de Fortaleza). A educadora Nilma Lino Gomes vai assumir o cargo de reitora da Unilab e o economista Fernando Afonso Ferreira Junior, atual pró-reitor de Planejamento, ficará à frente da vice-reitoria.

A posse de Nilma Gomes ocorrerá na próxima segunda-feira, no MEC, em Brasília. Já Fernando Afonso será empossado terça-feira, pela nova reitora, no Campus da Liberdade, em Redenção. O atual reitor da Unilab, Paulo Speller, vai deixar o cargo para assumir a Secretaria da Educação Superior (Sesu) do Ministério da Educação.

Nilma Lino Gomes – reitora

Nilma Gomes possui graduação em Pedagogia pela Universidade Federal de Minas Gerais (1988), mestrado em Educação pela Universidade Federal de Minas Gerais (1994), doutorado em Ciências Sociais (Antropologia Social) pela Universidade de São Paulo (2002) e pós-doutorado em Sociologia pela Universidade de Coimbra – Portugal (2006).

Atualmente é professora associada do Departamento de Administração Escolar da Universidade Federal de Minas Gerais, Bolsista de Produtividade/CNPq, coordenadora-geral do Programa Ações Afirmativas na UFMG e do NERA – Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Relações Raciais e Ações Afirmativas.

É conselheria do Conselho Nacional do Educação, onde integra a Câmara de Educação Básica. Tem experiência na área de Educação e Antropologia, com ênfase em Antropologia Urbana, atuando principalmente nos seguintes temas: organização escolar, formação de professores para a diversidade étnico-racial, movimentos sociais e educação, relações raciais, diversidade cultural e gênero.

Estudantes negros têm maior probabilidade de insucesso na escola, dizem pesquisas


Mariana Tokarnia
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Duas pesquisas da Universidade de São Paulo indicam que alunos negros têm maior possibilidade de fracassar na escola do que os brancos. Para os pesquisadores o menor êxito dos negros é resultado de condições socioeconômicas. Contribuem também fatores culturais. Um deles é o preconceito desenvolvido por professores. Pequena parte deles acredita que os alunos negros terão, naturalmente, desempenho pior do que os brancos.

O conjunto de fatores determina que, quando os estudantes chegam ao 6º ano do ensino fundamental, 7% dos alunos brancos tenham mais de dois anos de atraso escolar, e entre os negros, o indicador chega a 14%. Os números são apresentados no artigo Fracasso Escolar e Desigualdade do Ensino Fundamental da pesquisadora Paula Louzano, publicado no relatório De Olho nas Metas de 2012, lançado pelo movimento Todos pela Educação.

O artigo é baseado no questionário socieconômico da Prova Brasil 2011, aplicada nacionalmente e respondido por 2,3 milhões de alunos do 5º ano. Dos alunos que responderam à questão de reprovação ou abandono da escola, um terço havia passado pela situação de insucesso na escola. Desses, 43% se autodeclararam pretos, 34% pardos e 27% brancos, segundo a denominação adotada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

Paula Louzano afirma que os números gerais são alarmantes e o cenário se agrava mais para alguns grupos sociais. “A chance de isso [repetência ou abandono] acontecer não é distribuída igualmente entre grupos. Alguns tem processos mais tortuosos, o que está ligado também ao nível socioeconômico. A desigualdade que marca o Brasil se reproduz no sistema de educação”, diz a pesquisadora.

No Norte e no Nordeste, a probabilidade de um aluno preto repetir o ano ou abandonar a escola é respectivamente 53% e 52%. Para os alunos pardos, o índice chega a 47% e a 45%. Nas mesmas regiões, a possibilidade de fracasso entre alunos brancos é 46% na Região Norte e 44% na Região Nordeste. O Sudeste apresenta os menores índices nacionais, 36% para os alunos pretos, 27% para os pardos e 22% para os brancos.

A também pesquisadora Marília Carvalho faz pesquisas qualitativas. Segundo ela, é preciso esclarecer que o fracasso escolar não é do aluno, mas sim da escola que não foi capaz de dar ao estudante o nível de aprendizado e desempenho esperado para o período. Durante as pesquisas, ela observou que a cor autodeclarada pelo estudante está relacionada também ao seu desempenho.

“O processo de declaração diz respeito a autoimagem que a pessoa tem. No conjunto da sociedade, quanto mais escolarizada, com maior renda, a pessoa é clareada. O processo ocorre na escola. Quando as crianças vão bem, elas são clareadas, tanto para si mesmas quanto para professores e colegas”, diz Marília Carvalho.

Ela acrescenta que os próprios professores declararam que nunca tiveram a oportunidade de discutir questões raciais nem durante a formação, nem no espaço coletivo da escola. “Relações de racismo marcam a nossa sociedade. As crianças negras têm que enfrentar mais esta dificuldade na escola, têm que se afirmar a todo momento e gastam parte da energia que deveria ser voltada ao aprendizado para se defender”.

quinta-feira, 28 de março de 2013

Para uma Quinta tão Santa: Emilio Santiago - Ao Vivo - O Melhor das Aquarelas


A invisibilidade do racismo, por Lázaro Ramos

publicado: africas.com.br Estou muito feliz e orgulhoso por participar dessa campanha do UNICEF que demonstra claramente o impacto do racismo na infância. É importante chamar atenção de toda a sociedade para um problema invisível para muitos, mas muito real para quem sente, de verdade, na própria pele os efeitos dele. Crescemos numa sociedade na qual virou lugar comum dizer que o brasileiro não é racista, posto que é um povo multicolor, fraterno e cordial; e que os problemas são de ordem social e financeira apenas. Entretanto, essa campanha inovadora do UNICEF traz luz aos indicadores oficiais que não nos deixam dúvidas. O racismo é real! Existe dolorosamente para milhares de meninos e meninas indígenas e negros. Esse racismo não se revela apenas no constrangimento imposto, muitas vezes de forma dissimulada, às nossas crianças. Ele se mostra num aspecto ainda muito mais cruel, que é o de violar e impedir que as crianças e os adolescentes realizem os seus direitos de viver, aprender, crescer e se desenvolver plenamente. Parabéns, UNICEF, pela coragem e pela iniciativa. Essa atitude me deixa ainda mais orgulhoso, pois, se eu já tinha orgulho de ser embaixador do UNICEF, agora tenho mais ainda com a coragem e com o compromisso de vocês, e de todos os parceiros envolvidos, de fazer uma campanha como essa. Espero realmente que a nossa sociedade possa, definitivamente, “enxergar igualdades num mundo de diferenças”, para fazermos agora um mundo melhor para cada uma das nossas crianças e adolescentes. Lázaro Ramos Ator e Embaixador do UNICEF no Brasil Fonte: racismoambiental

Wagner Moura e Vadinha levam Mostra Baiana ao Festival de Teatro de Curitiba


publicado: Africas.com.br
FUNCEB vai promover a participação de sete montagens na 22ª edição do evento, onde também será lançado oKit de Difusão do Teatro da Bahia

A edição 2013 do Festival de Teatro de Curitiba, referência das artes cênicas do Brasil, que ocorrerá na capital paranaense entre 26 de março e 7 de abril, terá em sua programação uma Mostra Baiana, com curadoria do ator Wagner Moura. Áfricas (Chica Carelli), Luz Negra (Rino Carvalho), O Pássaro do Sol (Olga Gómez), Pólvora e Poesia (Fernando Guerreiro), Sargento Getúlio (Gil Vicente Tavares), Seu Bomfim (Fábio Vidal e Meran Vargens) e Siré Obá – A Festa do Rei(Fernanda Júlia) vão representar o estado nesta ação que fará parte do FRINGE, mostra paralela do evento. A iniciativa integra o Programa de Difusão do Teatro da Bahia e é realizada pela Fundação Cultural do Estado da Bahia (FUNCEB), entidade vinculada à Secretaria de Cultura do Governo do Estado da Bahia (SecultBA), com o objetivo de promover a recente produção teatral baiana, estimular o seu intercâmbio e apresentar um panorama deste cenário com encenações de qualidade técnica e artística.

Os sete espetáculos vão ter as suas necessidades logísticas (passagens, hospedagem e alimentação) custeadas pela FUNCEB. Uma equipe de produção e um profissional de Relações Públicas vão acompanhar as atividades, garantindo também a divulgação e a promoção da Mostra, bem como as investidas em comunicação e na articulação de negócios. Tudo isto se torna possível pela parceria consolidada com o próprio Festival de Teatro de Curitiba, que incentiva a realização de mostras especiais dentro do FRINGEpara fortalecer o espaço de troca e divulgação da produção teatral brasileira, e oferecerá as devidas pautas em teatros e aparatos técnicos.

Premiado e nacionalmente reconhecido ator de teatro, cinema e televisão, Wagner Moura aceitou o convite de fazer a seleção dos participantes da Mostra Baiana, com a colaboração de Vadinha Moura. Os espetáculos foram escolhidos a partir do Kit de Difusão do Teatro da Bahia, que reúne informações sobre 28 montagens teatrais no intuito de ampliar a visibilidade delas nacional e internacionalmente. Este material inédito, que apresenta textos trilíngues (português, inglês e espanhol), imagens e vídeos, será lançado na abertura da Mostra Baiana no Festival de Teatro de Curitiba, onde curadores, produtores, artistas, representantes de diversos festivais de artes cênicas e imprensa especializada estarão presentes.

O Kit de Difusão do Teatro da Bahia foi composto através de uma consulta a instituições de referência na área – Cooperativa Baiana de Teatro, Sindicato dos Artistas e Técnicos em Diversões do Estado da Bahia (SATED-BA) e Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia (UFBA), em conjunto com a Coordenação de Teatro da FUNCEB –, que indicaram 16 espetáculos. Para completar o material, a FUNCEB realizou inscrições através de uma convocação pública. Os trabalhos que se candidataram foram avaliados por três curadores: Maria Rejane Reinaldo (atriz, diretora, pesquisadora, gestora e produtora cultural, diretora do Programa de Formação do Festival Nordestino de Teatro de Guaramiranga), Sérgio Bacelar (idealizador e coordenador do Festival de Teatro Brasileiro) e César Augusto (ator, produtor e diretor, integrante da Cia. dos Atores e diretor do TEMPO_FESTIVAL das Artes – RJ). Eles selecionaram mais 12 montagens, levando em conta a qualidade artística e a potencialidade delas para o desenvolvimento das atividades de difusão.

Após o lançamento no Festival de Teatro de Curitiba, o Kit de Difusão do Teatro da Bahia será enviado a profissionais relacionados a projetos significativos de difusão, circulação e divulgação de espetáculos teatrais no Brasil e no exterior. Em seguida, será iniciado o trabalho de produção de uma nova edição, com montagens estreadas entre 2011 e 2013.

Mostra Baiana no Festival de Teatro de Curitiba

Curadoria: Wagner Moura



ÁFRICAS

Estreado em 2006, é o primeiro espetáculo infanto-juvenil do Bando de Teatro Olodum. Com texto e direção de Chica Carelli, traz à cena o continente africano através de suas histórias, seus mitos e contos. As coreografias de Zebrinha, a música de Jarbas Bittencourt, o figurino de Zuarte Jr., o cenário de Helio Eichbauer e o talento dos atores conspiram para levar as crianças, através da magia da montagem, a descobrirem e se encantarem com este continente que tanto contribuiu para a formação da cultura da Bahia.

Com mais de duas décadas de atuação, o Bando de Teatro Olodum faz parte da história do teatro brasileiro. Nascida no Pelourinho, Centro Histórico de Salvador, a companhia, formada por atores exclusivamente negros, é uma referência. E é um dos poucos grupos baianos a manter um corpo estável, com elenco, diretores e técnicos. Em sua trajetória, o Bando construiu e consolidou uma dramaturgia e estética próprias do negro, seu olhar sobre as questões humanas e sua história econômica e sociocultural.



Mais informações e contatos:

www.bandodeteatro.blogspot.com | bando2@gmail.com | 55 71 3083-4619/ 55 71 9998-9133



LUZ NEGRA

Duas cabeças decepadas dos seus corpos gritam desesperadamente numa tentativa de compreender a crueldade e insensibilidade dos homens. Essa é a tônica do texto premiado do salvadorenho Álvaro Menén Desleal (1931-2000), dirigido por Rino Carvalho. Luz Negra, estreado em 2010 com apoio do Edital Manoel Lopes Pontes – Apoio à Montagem de Espetáculos de Teatro, promovido pela FUNCEB/SecultBA, propõe uma reflexão sobre o mundo individualista, globalizado e paradoxal, onde a emoção/sensibilidade/sentimento são considerados uma pedra no caminho. A montagem usa do realismo fantástico para propor uma atmosfera de visual e sensibilidade incomuns, uma inquietação artística que busca provocar no público uma reflexão sobre os valores humanos. No elenco, estão Caíca Alves, Evelin Buchegger e Leonardo Mineiro.

Mais informações e contatos:

caicalves@yahoo.com.br | 55 71 9198-4708



O PÁSSARO DO SOL

A peça infanto-juvenil narra a história de um jovem guerreiro que é transformado em pássaro para ir ao céu roubar as chamas do palácio do sol. Adaptado de lenda indígena brasileira sobre a descoberta do fogo, o espetáculo é o resultado de investigações teatrais do grupo A RODA dentro do universo de animação de sombras. Estreada em 2010, a montagem foi apoiada através do Edital Manoel Lopes Pontes – Apoio à Montagem de Espetáculos de Teatro, promovido pela FUNCEB/SecultBA, e é vencedora da categoria ‘Espetáculo Infanto-Juvenil’ do Prêmio Braskem de Teatro 2010. Direção, adaptação e bonecos são de Olga Gómez, e o texto é de Myriam Fraga.

A RODA foi fundada em Salvador no ano de 1997, e, desde então, difunde o teatro de animação de bonecos por meio de oficinas e da criação e produção de espetáculos. O grupo leva aos palcos um teatro eminentemente visual, que fala a todas as idades tanto pela força plástica de seus protagonistas quanto pela temática de apelo mitológico.

Mais informações e contatos:

www.arodateatro.com | olga@arodateatro.com | 55 71 3363-4065



PÓLVORA E POESIA

Um confronto entre a razão, a paixão e a vida desregrada de dois poetas transformadores do século XIX – Arthur Rimbaud e Paul Verlaine –, o espetáculo encena premiado texto de Alcides Nogueira, trazendo à tona questionamentos de valores, conceitos e ideologias, num encontro entre a dramaturgia clássica e o teatro contemporâneo. Estreada em 2010, a montagem teve apoio por demanda espontânea pelo Fundo de Cultura da Bahia/SecultBA e venceu duas das cinco categorias em que disputou no Prêmio Braskem de Teatro 2010: ‘Espetáculo Adulto’ e ‘Direção’, para Fernando Guerreiro. No elenco, estão Caio Rodrigo e Talis Castro.

Mais informações e contatos:

www.polvoraepoesia.com.br | taliscastro@hiperativa.art.br | 55 71 3017-7176/ 55 71 9965-0953



SARGENTO GETÚLIO

Da obra de João Ubaldo Ribeiro, o monólogo conta a história de Getúlio, um rude sargento que tem a missão de levar um prisioneiro, inimigo político de seu chefe, da cidade de Paulo Afonso, na Bahia, a Aracaju, em Sergipe. No meio do caminho, em virtude de uma mudança no panorama político, o sargento recebe a ordem para soltar o prisioneiro, mas Getúlio decide levar sua missão até o fim, contra tudo e todos.

Dirigida por Gil Vicente Tavares à frente do Teatro NU, a montagem estreou em 2011 com patrocínio através do Fazcultura/SecultBA e venceu as categorias ‘Espetáculo Adulto’ e ‘Ator’ (Carlos Betão) no Prêmio Braskem de Teatro 2011, em que também concorreu aos prêmios de ‘Direção’ e ‘Categoria Especial’, pela Iluminação de Eduardo Tudella.

Mais informações e contatos:

multi@multiplanejamento.com.br | 55 71 9976-4925

SEU BOMFIM

O espetáculo, inspirado livremente no conto A Terceira Margem do Rio, de Guimarães Rosa, apresenta um velho e errante contador de histórias do sertão brasileiro, chamado Seu Bomfim, que narra a história do “homem do rio”, que abandonou sua família e vida cotidiana para se colocar numa canoa onde permanece durante muitas décadas. A partir dessa narrativa, Seu Bomfim fala de acontecimentos do passado, rememorando pessoas e locais e expondo pensamentos sobre várias questões mitológicas e arquetípicas. Suas histórias, humor, questionamentos e ações levam o espectador a entrar no seu mundo subjetivo, colocando em evidência o drama humano pessoal que se encontra enraizado numa cultura sertaneja/nordestina/brasileira.

A montagem tem criação, atuação e produção de Fábio Vidal, que também assina a direção com Meran Vargens. Sua estreia, no ano 2000, culminou na criação de O Território Sirius Teatro, atualmente composto por Emerson Cabral, Fábio Vidal, Mariana Freire e Viviane Jacó.

Mais informações e contatos:

www.territoriosirius.com.br | fabiomsvidal@hotmail.com | 55 71 3322-9192/ 8816-4924

SIRÉ OBÁ – A FESTA DO REI

Uma celebração e uma homenagem às divindades africanas que compõem a cosmogonia yorubana, com direção de Fernanda Julia à frente da Cia. de Teatro Nata, fundada em 1998 na cidade de Alagoinhas, interior da Bahia. Seus espetáculos têm como eixo norteador a história, a cultura e a religiosidade afrobrasileiras.

Siré Obá – A Festa do Rei é inspirada pelos Orikis (poesia em exaltação aos orixás), e se compõe como um espetáculo-festa, com dramaturgia lírica. Através do teatro, da dança afro, da música e da poesia, a montagem mostra a beleza e a filosofia do culto aos Orixás, desmitificando preconceitos, combatendo a intolerância religiosa e unindo religião e arte. Segue a sequência das músicas cantadas e tocadas para os Orixás nos rituais públicos do Candomblé, celebrando junto com espectador a grandeza e os feitos dessas divindades. Estreada em 2009, a peça foi montada com apoio do Edital Manoel Lopes Pontes – Apoio à Montagem de Espetáculos de Teatro e concorreu a três categorias do Prêmio Braskem de Teatrodaquele ano: ‘Espetáculo Adulto’, ‘Revelação’ (Fernanda Julia, pela direção) e ‘Categoria Especial’ (Jarbas Bittencourt, pela direção musical) – nesta última, sagrou-se vencedora.

Mais informações e contatos:

www.kalikproducoes.com.br | susankalik@gmail.com | 55 71 8760-6074

Os espetáculos serão apresentados no Teatro José Maria Santos, sempre com o mesmo valor, R$20 (inteira) e R$10 (meia-entrada), com sessões às 18h e 21h para as peças adultas e às 11h e 16h para as peças infanto-juvenis. Às 14h de terça (26) ainda havia ingressos disponíveis à venda para todas as peças.

Serviço
MOSTRA BAIANA NO FRINGE 2013
Quando: de 26 de março a 7 de abril
Horários: peças adultas às 18h e 21h e peças infanto-juvenis às 11h e 16h
Onde: Teatro José Maria Santos (R. Treze de Maio, 655 – Centro)
Quanto: R$20 (inteira) e R$10 (meia-entrada)
Programação completa: http://festivaldecuritiba.com.br



Fonte: Maira Araujo






quinta-feira, 21 de março de 2013

Elza Soares homenageia Chorão e protesta contra Marco Feliciano durante show em São Paulo

20/03/2013 • Luciana Rabassallo
publicado:virgula.uol.com.br

Com o show intitulado Deixa a Nega Gingar, Elza Soares subiu ao palco do Teatro Paulo Autran, no Sesc Pinheiros, na noite desta terça-feira (19), e apresentou clássicos como Mas Que Nada, Malandroe Espumas ao Vento. A apresentação contou com a participação especial de Gaby Amarantos, cantora paraense representante do tecnobrega, que cantou ao lado de Elza seu hit Ex Mai Love.

"Muito obrigada pela presença de todos vocês. Comecei minha carreira em São Paulo e estava cheia de saudades dessa plateia maravilhosa", afirmou a cantora, antes de acrescentar "eu operei minha coluna, mas a voz ainda é a mesma", referindo-se a uma cirurgia que faz na coluna há alguns anos.

Acompanhada pelos músicos Rodrigo Ferreira, Nelson Freitas, Paulinho Black e JP Silva, a diva da black music brindou o público com seu conhecido repertório revisitado pelas bases eletrônicas doDJ Ricardo Muralha, que mistura a sonoridade brasileira de Elza vertentes como house, techno e drum’n bass. "A mistura dos nossos ritmos, como o arroz e feijão, deixa todo mundo com água na boca, não é?", brincou.

A carioca aproveitou a clássica A Carne, conhecida por seu latente conteúdo político, para homenagear o cantor Chorão, encontrado morto no apartamento em que morava no início do mês de março. "Viva Chorão", afirmou, antes de emendar a canção Não É Sério, que tem originalmente a participação da rapper Negra Li. "O jovem no Brasil precisa de espaço, precisa ser ouvido", disse Elza.

Do auge de seus 75 anos, a interprete não deixou passar em branco e aproveitou o momento para falar sobre a polêmica em torno da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDHM) da Câmara dos Deputados, que atualmente é presidida pelo pastor Marco Feliciano (PSC-SP). A eleição do político para o cargo é motivo de protesto devido a declarações racistas e homofóbicas que ele fez nas redes sociais. 

"O negro continua sendo discriminado no Brasil. Não existe direitos humanos para as minorias. Protejam o mundo gay, as mulheres, os pobres e os negros. Está na hora dessa realidade mudar", afirmou. "Estamos em um país livre. Somos todos livres, temos o direito de ir e vir. Fora!", disse. A reação da plateia foi imediata e engrossou o coro da cantora: "Fora!".

Na sequência foi a vez de Gaby Amarantos voltar ao palco para um dueto nas faixas Chove Chuva,País Tropical e É Hoje. Antes de se despedir, a paraense aproveitou para agradecer o convite: "Sempre foi um sonho cantar com Elza. É um momento muito importante da minha carreira e uma grande honra", finalizou.

quarta-feira, 20 de março de 2013

Morre no Rio o cantor Emílio Santiago

Cantor, de 66 anos, estava internado desde o dia 7 de março, quando sofreu um acidente vascular cerebral isquêmico

Morreu nesta quarta-feira o cantor Emílio Santiago. Ele estava internado no Hospital Samaritano, em Botafogo, na zona sul do Rio de Janeiro, desde o dia 7 de março, quando sofreu um acidente vascular cerebral isquêmico (quando não há hemorragia). Santiago tinha 66 anos e estava sozinho em casa quando sentiu-se mal. Foi encontrado pela empregada.
Emílio Santiago começou a cantar em festivais universitários na década de 1970. Participou do programa de calouros de Flávio Cavalcanti, na extinta TV Tupi, e foi crooner da orquestra de Ed Lincoln, além de fazer apresentações em boates e casas de espetáculos noturnas.
Ficou conhecido do grande público com o projeto "Aquarela Brasileira", iniciado em 1988, com sete volumes dedicados à música popular brasileira. O último disco lançado por Emílio Santiago foi "Só danço samba (ao vivo)", lançado em 2012, junto com um DVD. Antes do AVC, ele estava em turnê, com shows marcados para Rio de Janeiro e Campinas.

fonte: gazeta do povo

quarta-feira, 13 de março de 2013

Deputado Marco Feliciano emprega pastores que só trabalham na igreja

O deputado Marco Feliciano (PSC-SP) emprega no gabinete cinco pastores de sua igreja evangélica que recebem salários da Câmara sem cumprir expediente em Brasília nem em seu escritório político em Orlândia (cidade natal dele, no interior de São Paulo, a 365 km da capital).

Há dois anos, a cúpula da Catedral do Avivamento, igreja fundada pelo deputado, ocupa cargos de assessoria parlamentar no gabinete de Feliciano, com salários que chegam a R$ 7.000.

Os funcionários são os pastores Rafael Octávio, Joelson Tenório, André Luis de Oliveira, Roseli Octávio e Wellington de Oliveira. Eles dirigem a igreja nas cidades de Franca, Ribeirão Preto, São Joaquim da Barra e Orlândia, todas no interior paulista.

O regimento da Câmara diz que os assessores de confiança devem cumprir uma jornada de 40 horas semanais de trabalho legislativo.

A Folha visitou as cidades nos últimos dias e identificou que esses pastores têm a missão de comandar cada templo da igreja do deputado, recém-eleito presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara em meio a protestos que o acusam de "racista" e "homofóbico".

Os pastores funcionários da Câmara celebram os cultos e cuidam da administração financeira das unidades. Não há trabalho legislativo por parte deles. O escritório político de Feliciano fica em Orlândia, num imóvel anexo à igreja --onde a reportagem esteve por duas vezes em horário de expediente, mas só encontrou portas trancadas.

O pastor Rafael Octávio, que dirige o templo em Franca, mora com a família a três quarteirões de lá, onde passa suas tardes e noites. Ontem de manhã, um funcionário disse que ele estava na aula de um curso de psicologia.

Em Ribeirão Preto, vivem dois "assessores parlamentares" do deputado: os pastores Joelson Tenório e Wellington de Oliveira. O primeiro é o chefe oficial da igreja local e presidente do PSC na cidade. O segundo dirige um programa de televisão do deputado e se apresenta como "assessor de comunicação".
Editoria de Arte/Folhapress



Oliveira, conhecido como "pastor Wel", afirmou que é normal a nomeação dos pastores, mesmo que fiquem nos templos. "Qualquer pessoa que vai contratar o seu assessor parlamentar contrata gente próxima, amigos. Os pastores são amigos", disse.

Num primeiro momento, ele chegou a dizer que havia escritórios políticos nessas cidades. Depois, recuou: "Não tem escritório montado [em Franca], mas tem uma pessoa que recepciona, que é o pastor Rafael. Em Ribeirão, não tem porque a gente está remodelando o escritório".

Já o pastor André Oliveira dirige a igreja em São Joaquim da Barra. Segundo vizinhos, ele passou a trancá-la depois dos protestos contra a escolha de Feliciano para a comissão da Câmara.

A pastora Roseli Octávio é mulher do vice-presidente da igreja, o pastor Valdeci. O casal dirige a unidade de Orlândia. Ontem, Roseli não estava na igreja nem no escritório político, que estava fechado. Uma filha dela, Marina Octávio, também é funcionária do gabinete da Câmara.

OUTRO LADO

A reportagem tenta ouvir o deputado Marco Feliciano (PSC-SP) desde o começo da semana sobre a nomeação dos pastores para seu gabinete da Câmara e o trabalho legislativo exercido por eles.

Mas ele se negou a conversar com a Folha no templo da igreja de Ribeirão Preto na noite de segunda, onde esteve para celebrar um culto.

O pastor Wellington de Oliveira, funcionário da Câmara e que se apresenta como assessor de comunicação de Feliciano, respondeu naquela noite a algumas perguntas e informou que os demais pastores não estavam autorizados a dar entrevistas.

Ele disse inicialmente que os pastores tinham a função de recolher reivindicações. Ontem, ele não respondeu aos telefonemas.

A reportagem fez mais uma tentativa em Orlândia para ouvir a versão do deputado, mas seu escritório político estava trancado, sem funcionários. Apenas um office-boy chegou em uma moto e informou que não havia ninguém trabalhando.

Abordado no culto de segunda-feira, o pastor Joelson Tenório, de Ribeirão Preto, disse que, no cargo de assessor parlamentar, faz "trabalhos políticos" para o deputado Marco Feliciano.

Irritado com a presença da Folha no culto, Tenório ameaçou chamar a polícia caso a reportagem gravasse em vídeo o evento.

Procurados, os outros pastores não foram encontrados.

Novo presidente da Comissão de Direitos Humanos, Pastor Marco Feliciano retira da pauta assuntos relevantes à população negra

Fonte: Agência Brasil, Folha de São Paulo

Mantido na presidência da Comissão de Diretos Humanos e Minoria da Câmara, o pastor Marco Feliciano (PSC-SP) retirou nesta terça-feira (12) da pauta do colegiado projetos polêmicos que deveriam ser discutidos amanhã.

Nesta quarta-feira, a partir das 14h, está prevista a primeira reunião da comissão sob o comando do pastor.

Inicialmente estava na pauta a votação de três requerimentos e seis propostas remanescentes de 2012.

Entre os itens constava o projeto que define os crimes resultantes de discriminação e preconceito de raça, cor, etnia e religião. A proposta, de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), prevê tornar crimes inafiançáveis e imprescritíveis atos como discriminação no mercado de trabalho, injúria resultante de preconceito e apologia ao racismo.

Outro item que estava na pauta previa a convocação de plebiscito para decidir sobre a união civil de pessoas do mesmo sexo.

"É uma pauta antiga que não tinha conhecimento. Vamos discutir a pauta amanhã", disse Feliciano ao justificar a mudança.

Na tarde de hoje, uma nova pauta foi divulgada com a previsão de serem votados oito requerimentos diferentes do indicado inicialmente no site da Câmara.

A metade deles é de autoria do próprio pastor --realização de audiências públicas para debater temas como a situação de moradores de rua, violência e exploração sexual de crianças e desafio da inclusão no mercado de trabalho.

A primeira sessão no colegiado deve ocorrer em meio a protesto de ativistas contrários à permanência de Feliciano no comando da Comissão. Em contrapartida também está prevista a presença de apoiadores do pastor.

No final da tarde de ontem, a bancada do PSC reafirmou apoio à manutenção do deputado no cargo.

"A nossa bancada de forma unânime mais uma vez reafirmou a posição de permanecer com a indicação do deputado Marco Feliciano para presidir a comissão. É uma decisão deliberada por toda a bancada e cabe a mim, enquanto líder, respeitar a decisão”, disse o deputado André Moura (SE), líder do PSC na Câmara.

Segundo o líder, o deputado Feliciano assumiu o compromisso com todos do PSC de que irá conduzir os trabalhos da comissão da forma mais ampla possível, “abrindo o debate para que todos possam participar, respeitando a todos, a todas as posições, a todos os seguimentos, na certeza que vai agir como um verdadeiro magistrado”, disse .



sexta-feira, 1 de março de 2013

Negra Enedina, a engenheira

Foto: Henry Milléo – Arte: Felipe Lima /
publicado: gazeta do povo - José Carlos Fernandes

Em agosto de 1981, o jornal Diário Popular tinha a matéria de capa que pedira aos infernos. Uma senhora fora encontrada morta em seu apartamento, na Rua Ermelino de Leão, Centro de Curitiba. O porteiro sentira falta da moradora, chamou a polícia e a imprensa veio atrás. A foto da “falecida” saiu sem pudores, na cama, em camisolas, um tratamento dado aos “presuntos”, no jargão da imprensa policial. Houve quem não gostasse, com punhos e coração.

A vítima se chamava Enedina Alves Marques, tinha 68 anos e fora a primeira engenheira negra do Brasil. Morreu de infarte. Indignação. Seus companheiros de ofício fizeram uma grita nas páginas da revista Panorama. O Diário se retratou. Afinal, as vitórias de uma mulher negra e pobre que figurou entre os seletos bacharéis de Engenharia da UFPR, na década de 1940, deveria constar nos anais da República, e não na manchete sanguinolenta de um tabloide.


Aos poucos, descansou em paz. Paz até demais. O centenário de nascimento de Enedina, em janeiro deste ano, passou em branco. Poderia ter sido celebrado pari passu com o de sua contemporânea, a poeta Helena Kolody, com quem, suspeita-se, teria estudado. Sim, antes de engenheira foi normalista e civilizou os sertões de Rio Negro e Cerro Azul, saindo das lides de doméstica e de “mãe preta” para a de titular de uma sala de aula.Deu resultado. Enedina virou placa de rua no Cajuru. Ganhou inscrição de bronze no Memorial à Mulher Pioneira, criado pelas soroptimistas – confraria de caridosas da qual participou. Mereceu biografia assinada por Ildefonso Puppi. Seu túmulo, no Municipal, é mantido com respeito pelo Instituto de Engenheiros do Paraná. Tempos depois, batizou o Instituto Mulheres Negras, de Maringá.

Eu mesmo, confesso, nunca tinha ouvido falar dela até semana passada, quando meu vizinho, Darcy Rosa, estufou o peito para contar que tinha trabalhado com Enedina na Secretaria de Viação e Obras. Publicamos a declaração. Foi o que bastou: súbito vieram mensagens revelando a catacumba onde se reúnem os cultores dessa mulher.

O cineasta Paulo Munhoz prepara um documentário sobre ela, em parceria com o historiador Sandro Luis Fernandes (foto). A casa de Sandro, no São Braz, virou um pequeno memorial de todo e qualquer documento que traga informações sobre a engenheira. São raros, dispersos e imprecisos. Bem o sabe o estudante baiano Jorge Santana. Há dois anos, ele pinça toda e qualquer pista sobre Enedina para uma monografia no curso de História da UFPR. A pesquisa promete. Há fortes indícios de que Enedina sofreu perseguição racial nos bastidores da universidade.

Formou-se aos 31 anos, sem refresco, depois de uma saga nas madurezas. Vingou-se ao se aposentar, na década de 1960, como procuradora, respeitada por sua contribuição à autonomia elétrica do Paraná. Conheceu o mundo. Morava num apartamento de 500 metros quadrados. Impôs-se entre os ricos por sua cultura, 12 perucas e casacos de pele. Desconhece-se que tenha feito odes feministas ou em prol da igualdade. Ou que fizesse o tipo boazinha para ser aceita. Pelo contrário. Talvez Enedina tenha sido mais admirada que amada. É o que a torna ainda mais intrigante.

As pesquisas de Sandro e de Jorge – ambos negros – já tiraram Enedina do campo dos panegíricos, que se limitam a pintá-la como alguém que venceu pelo próprio esforço. É um discurso bem conveniente, como se sabe. Tudo indica que não se trata de uma biografia isolada, ainda que pareça.

A mulher baixinha, magérrima e durona sabia se impor entre os homens – com os quais gostava de beber cerveja. Enfrentava a lida nas barragens como um deles, armada se preciso fosse. É uma heroína perfeita para um longa-metragem. Nasceu de uma gente humilde do Portão. Era única menina numa casa de dez filhos. A mãe, Virgília, a dona Duca, ganhava uns trocos como lavadeira. O pai, Paulo, está na categoria “saiu para comprar cigarros”.

Mas não é tudo. Enedina teria feito parte de uma rede de resistência da comunidade negra paranaense, pré-Black Power, da qual pouco se ouve falar. As vitórias que teve desmentem a propalada passividade desse grupo diante das migalhas que lhe foram reservadas. O destino dela teria mudado ao cruzar com a família de Domingos Nascimento, negro de posses da Água Verde, e com os Heibel e os Caron, brancos progressistas que acabaram por se tornar os seus.

Nesses redutos não teria encontrado apenas um horário para estudar ao lado do fogão de lenha. Ali, suspeita-se, passou de Dindinha, seu apelido, a Enedina, a primeira engenheira, mas também uma das primeiras negras de fato alforriadas de que se tem notícia. Eis o ponto.